28 de fevereiro de 2017
R. K. Harrison - O Dia da Expiação - Levítico 16
O DIA DA EXPIAÇÃO (16:1-34)
Este capítulo perfaz o eixo cerimonial e teológico sobre o qual gira o livro inteiro de Levítico. A legislação anterior já tratou dos tipos diversos dos sacrifícios e em que condições deviam ser oferecidos, sendo que enfatizava as providências para as necessidades individuais. Agora focaliza-se a expiação feita para todas as impurezas e os pecados involuntários da totalidade da congregação israelita, a começar com o sacerdócio. Seis meses depois de a páscoa ter sido celebrada, o povo era ordenado a “afligir-se”, após o que o sumo-sacerdote faria expiação por ele. Como a páscoa, esta cerimônia devia ser observada anualmente, e marcava a ocasião em que a totalidade da comunidade religiosa era mobilizada diante de Deus num ato conjunto de confissão e expiação. Era um tempo de grande solenidade, diferente das festas anuais, e se o jejum era envolvido na autodisciplina preparatória, conforme pensam muitos intérpretes, era a única cerimônia que exigia semelhante exercício comunitário. Por sua natureza, era uma observância religiosa distintiva, e ocupava a parte central da adoração da nação. A importância do sumo-sacerdote é tornada clara na posição que ele ocupa nos rituais como o mediador entre Deus e os homens. O ritual é descrito por inteiro, o que é apropriado num manual de culto público.
Alguns estudiosos têm questionado a natureza lógica da disposição de Levítico em termos da posição dos capítulos 11 — 15 no texto. Visto que Levítico 10:20 termina a narrativa dos eventos associados com a morte dos filhos de Arão, Nadabe e Abiú, e a matéria histórica recomeça em Levítico 16:1 naquela mesma altura, tem sido sustentado que este último capítulo logicamente segue Levítico 10:20. Esta conclusão leva, então, a perguntas acerca de supostas fontes, do deslocamento do texto, dos processos redacionajs e outros, conforme a predileção do respectivo estudioso.
Embora os capítulos 11 — 15 certamente interrompam o fluxo da narrativa histórica, e, quanto a este aspecto, poderiam muito bem ser considerados como uma interpolação, permanece o fato de que foram firmemente integrados no livro como um todo por meio das referências em Levítico 5:2 e 7:21. A passagem antecedente, Levítico 10:10, prepara o leitor para a distinção detalhada entre as espécies limpas e imundas no capítulo 11, ao passo que os capítulos 12-15 aplicam o mesmo tema a situações sociais. No decurso do processo da compilação foi considerado apropriado inserir um bloco de matéria que tratava de tópicos especiais na narrativa histórica. A seção claramente está em harmonia com a solicitude para com a santidade e a pureza cerimonial expressada noutras partes de Levítico, e embora um compilador moderno talvez colocasse os capítulos 11—15 noutra parte do texto, sua atual posição não danifica a unidade da organização de Levítico de maneira digna de nota.
a. A preparação sacerdotal (1-4)
25 de fevereiro de 2017
Curso Intensivo de: APOLOGÉTICA - Defendendo a fé cristã
NOVO CURSO!
IETB - Instituto de Educação Teológica Bereana
Curso Intensivo de: APOLOGÉTICA - Defendendo a fé cristã
A modalidade do curso é totalmente online pela Internet. Assim, você escolhe a melhor hora para estudar. Podendo ser agendado encontros virtuais e plantão “tira dúvidas”.
Será enviado para cada aluno matriculado vídeo aulas específicas sobre cada tema abordado (serão 16 vídeo aulas com cerca de 40 minutos cada). Será também enviado ao aluno um material de apoio contendo cerca de 350 páginas.
O aluno terá total acompanhamento individual em todo o período de seu curso pelo professor.
PORQUE DEVO FAZER ESTE CURSO?
O objetivo deste curso é oferecer aos alunos uma introdução sólida ao tema da apologética cristã e os assuntos básicos envoltos, capacitando-os a dialogar e responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em nós (1 Pe 3.15).
GRADE CURRICULAR DO CURSO
1) O que é apologética?
2) Podemos crer em uma verdade absoluta?
3) A Bíblia é autêntica e verdadeira?
4) Podemos crer na existência de Deus?
5) Como podemos responder ao ateísmo?
6) Podemos acreditar em milagres?
7) Como um Deus bondoso pode permitir o mal e o sofrimento?
8) Somente Jesus salva?
9) O Jesus da história ou o Cristo da fé?
10) Podemos crer na ressurreição de Jesus?
11) Criacionismo ou Evolucionismo?
12) O debate sobre o aborto. Quando começa a vida?
13) O debate sobre o homossexualismo. Genética ou comportamento?
14) O inferno é real?
15) Existe vida após a morte?
16) Um câncer na Igreja brasileira. A teologia da prosperidade é verdadeira?
2) Podemos crer em uma verdade absoluta?
3) A Bíblia é autêntica e verdadeira?
4) Podemos crer na existência de Deus?
5) Como podemos responder ao ateísmo?
6) Podemos acreditar em milagres?
7) Como um Deus bondoso pode permitir o mal e o sofrimento?
8) Somente Jesus salva?
9) O Jesus da história ou o Cristo da fé?
10) Podemos crer na ressurreição de Jesus?
11) Criacionismo ou Evolucionismo?
12) O debate sobre o aborto. Quando começa a vida?
13) O debate sobre o homossexualismo. Genética ou comportamento?
14) O inferno é real?
15) Existe vida após a morte?
16) Um câncer na Igreja brasileira. A teologia da prosperidade é verdadeira?
METODOLOGIA DO CURSO
O curso terá a duração de 4 meses.
Será enviado uma vídeo aula por semana (total de 16 vídeo aulas com cerca de 40 minutos cada).
Para receber o Certificado e Histórico Escolar via Correios o aluno deve pagar a taxa de diplomação de R$ 50,00. Se optar por receber via internet (Certificado e Histórico virtuais) não precisará pagar a taxa de diplomação.
Será enviado uma vídeo aula por semana (total de 16 vídeo aulas com cerca de 40 minutos cada).
Para receber o Certificado e Histórico Escolar via Correios o aluno deve pagar a taxa de diplomação de R$ 50,00. Se optar por receber via internet (Certificado e Histórico virtuais) não precisará pagar a taxa de diplomação.
MATRÍCULA
Para realizar a matrícula, o interessado, deve seguir os seguintes passos:
Curta a página “Estudando Teologia com o Prof Danilo Moraes”.
Enviar por “in-box” os seguintes dados: Nome Completo, data de nascimento e e-mail. Maiores informações também pode ser pelo WatsApp (11) 9 4510-8784.
Enviar por “in-box” os seguintes dados: Nome Completo, data de nascimento e e-mail. Maiores informações também pode ser pelo WatsApp (11) 9 4510-8784.
Efetuar o valor da taxa de matrícula (R$ 25,00) e o valor da primeira parcela do curso. Segue abaixo as opções:
VALOR
Valor total a vista R$ 120,00 + 25,00 de matrícula = R$ 145,00
ou
Parcelado em 3x de R$ 50,00
Primeira parcela = R$ 50,00+ 25,00 de matrícula = R$ 75,00
+ 2 parcelas de R$ 50,00.
ou
Parcelado em 3x de R$ 50,00
Primeira parcela = R$ 50,00+ 25,00 de matrícula = R$ 75,00
+ 2 parcelas de R$ 50,00.
As formas de pagamentos serão através de depósito bancário, transferência bancária ou parcelamento no cartão de crédito.
Obs.: Os dados bancários devem ser solicitados pelos alunos matriculados no curso.
Obs.: Os dados bancários devem ser solicitados pelos alunos matriculados no curso.
DADOS DO PROFESSOR
Mestre em Teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo - FTBSP (2012). Convalidação em Teologia pela Escola Superior de Teologia - EST (2015). Curso de Hebraico e Aramaico em andamento pela USP (2015). Graduação em Teologia pelo Instituto Betel de Ensino Superior - IBES (2004). Especialização em Apologética Cristã pelo Instituto Cristão de Pesquisas – ICP (2002). Professor de teologia em diversos seminários.
Autor dos Livros:
O Pentateuco – uma crítica dos pressupostos científicos das Hipóteses Documentárias em face da autoridade bíblica e seus fundamentos. Editora Fonte Editorial, 2015, 408p.
A Historicidade das Narrativas Patriarcais - Uma abordagem arqueológica, cultural e bíblica. Editora Reflexão, 2017, 220p.
Para detalhes da formação acadêmica, acessar meu Currículo Lattes:http://lattes.cnpq.br/8083520243568437
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Estude Teologia com o Prof Danilo Moraes
VICTOR P. HAMILTON - Um Manifesto de Santidade - Levítico 17—27
Os críticos consideram que esses últimos capítulos de Levítico, com exceção do 27, já existiram em algum momento como um código legal independente, sendo apenas posteriormente enxertado em P, tal qual o Livro da Aliança é considerado uma inserção no texto de Êxodo.
Essa “descoberta” foi feita ao fim do século XIX pelo estudioso alemão August Klostermann. A essa parte de Levítico ele deu o nome de Heiligkeitsgesetz, “Código de Santidade” (habitualmente designado nos dias de hoje com o símbolo “H”).
Até pouco tempo, predominava o consenso de que o Código de Santidade havia aparecido primeiro e que os Sacerdotes [P] haviam-no juntado depois a seus próprios escritos, a fim de formar o que atualmente conhecemos como a segunda metade de Levítico. Alguns estudiosos de hoje, graças à interpretação vanguardista de Knohl1, invertem a ordem cronológica de P e H, sugerindo que as tradições dos sacerdotes são anteriores ao Código de Santidade; de modo que a H suplementaria, senão “corrigiria”, P. Aqueles que defendem essa tese se afastam de modo inevitável da data tradicionalmente atribuída aos textos de P, passando-os de um período posterior ao exílio babilónico para um período imediatamente posterior à construção do Templo de Salomão. Assim, acaba-se com uma teoria JEPD2, em vez de JEDP3.
Não obstante opiniões pessoais contrárias a essa abordagem dos últimos capítulos de Levítico, a observação é com certeza válida. Nesses últimos capítulos, o leitor encontra uma clara ênfase na santidade como estímulo de conduta e estilo de vida, num nível não verificado nos capítulos 1—16. Além disso, todas as referências a “santo/santificado/sagrado/consagrado” nesses capítulos dizem respeito ao santuário. A única exceção é 11.44,45, que faz referência à santidade demonstrada pelo povo de Deus naquilo que comem ou não. Em contrapartida, em 17—27, a órbita mais restrita de santidade de 1—16 é ampliada a fim de abarcar todos os israelitas. Poderíamos considerar isso uma “laicização” da santidade , tornando-a um estilo de vida que incumbe a todos. Como era de se esperar, o principal enfoque de 1—16 é a forma como o povo de Deus deve adorá-lo: no santuário sagrado de Deus, por meio do ministério de seus servos consagrados/santos. Nos capítulos 17—27, o enfoque principal não é tanto a maneira como o povo de Deus deve adorá-lo, mas o modo como devem viver. Aqueles que adoram a um Deus santo desejam uma vida santa, apropriando-se dos recursos disponibilizados por esse Deus para que tal objetivo seja alcançado. Comentei anteriormente que a raiz hebraica q-d-s aparece 150 vezes em Levítico (como verbo, substantivo ou adjetivo). Sua divisão ao longo do livro é interessante. Veja a tabela 11.
22 de fevereiro de 2017
21 de fevereiro de 2017
19 de fevereiro de 2017
RALPH L. SMITH - Teologia do Antigo Testamento: Introdução
Introdução
Que é teologia do Antigo Testamento?
Como devemos fazer teologia do Antigo Testamento?
Qual a relação do Antigo Testamento com o Novo e com a fé cristã?
Por que o Antigo Testamento faz parte da Bíblia cristã?
Os cristãos devem continuar a chamar de "Antigo Testamento" a primeira divisão da Bíblia, como têm feito através da maior parte da história, ou devem se unir ao crescente número de estudiosos que o chamam "a Bíblia hebraica"?
Quais são os maiores escritores nesse campo? Como eles fizeram teologia do Antigo Testamento? Qual a situação atual dessa disciplina e qual o seu futuro?
O Antigo Testamento tem realmente uma mensagem para nós hoje?
Essas são algumas perguntas de que tratarei em Teologia do Antigo Testamento: História, Método e Mensagem.
O propósito deste livro é pesquisar, não discutir ou debater. Não apresenta nenhum método radicalmente novo de fazer teologia do Antigo Testamento ou de interpretá-lo. Seu alvo é fornecer a alunos de universidades e seminários um livro de texto que proporcione um relato parcial do que os outros têm dito e feito no campo da teologia do Antigo Testamento e, depois, sugira modos pelos quais os dados teológicos no Antigo Testamento possam ser organizados, interpretados e apropriados.
O capítulo 1 acompanha a história da teologia do Antigo Testamento desde os tempos veterotestamentários até o presente. O capítulo 2 trata, com um pouco mais de detalhes, da natureza e do método da teologia do Antigo Testamento. Não escolhi nenhum tema central, tal como a aliança, para servir de mastro ao redor do qual se deve organizar todo o material. Tampouco selecionei algum tópico mais amplo, como "a promessa" ou "história da salvação", que possa ser seguido cronologicamente através do Antigo Testamento. Antes, escolhi uma abordagem temático-sistemática. Portanto, os capítulos 3 a 11 são exemplos de como se pode fazer teologia do Antigo Testamento usando os seguintes temas teológicos maiores: o conhecimento de Deus; eleição e aliança; quem é Deus como Javé?; que é o homem?; pecado e redenção; adoração; a vida reta; a morte e o além; e naquele dia.
Os perigos dessa abordagem estão bem documentados. Talvez o maior perigo seja que, ao selecionar temas a serem incluídos ou omitidos e ao sistematizar os dados na discussão de cada tema, eu posso dar meu "toque" pessoal na organização e interpretação de cada assunto. Nesse caso, o resultado corre o risco de corresponder ao que coloco em discussão e não ao que o Antigo Testamento realmente diz. Esse perigo, porém, é inerente a qualquer apresentação de teologia do Antigo Testamento.
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Teologia do Antigo Testamento
18 de fevereiro de 2017
ROY B. ZUCK - A transposição do abismo cultural
A transposição do abismo cultural
Não levar em consideração o contexto consiste num dos
problemas mais graves na interpretação bíblica. Se desconsiderarmos o “meio
envolvente” de um versículo bíblico, poderemos acabar interpretando-o de forma
completamente errada. Precisamos levar em conta as frases e os parágrafos que
antecedem e sucedem o versículo em questão e, ainda, considerar o contexto
cultural em que aquela passagem e até mesmo o livro inteiro foram escritos.
A importância desse procedimento decorre das diferenças
culturais que existem entre nossa cultura ocidental e a cultura dos tempos
bíblicos. “Para entender a Bíblia adequadamente, precisamos esvaziar nossas
mentes de todas as ideias, opiniões e métodos modernos e procurar
transportar-nos para a época e o ambiente em que viviam os apóstolos e os
profetas que a escreveram.” Quanto mais tentamos transportar-nos para o
contexto histórico dos autores bíblicos e nos desvincular de nossas próprias
culturas, mais cresce a probabilidade de interpretarmos as Escrituras com maior
precisão.
Quando os reformadores (Martinho Lutero, Philip Melanchton,
João Calvino, Ulrico Zuínglio e outros) acentuaram a necessidade do retomo às
Escrituras, eles ressaltaram a interpretação histórica, gramatical. Com
“histórica”, estavam-se referindo ao contexto em que os livros da Bíblia foram
escritos e às circunstâncias em jogo. Com “gramatical”, referiam-se à apuração
do sentido dos textos bíblicos mediante estudo das palavras e das frases em seu
sentido normal e claro. Pode-se somar outro aspecto da interpretação a esses
dois, a saber, o retórico. A interpretação retórica sugere estudar como as
características literárias de um trecho bíblico influem em sua interpretação.
Conjugando as três, podemos falar de uma interpretação histórica, gramatical e
retórica. Este capítulo versa sobre a interpretação histórica, examinando as
circunstâncias e o contexto cultural em que os textos foram escritos.
O contexto em que determinada passagem bíblica foi escrita
influi no entendimento que se terá dela. O contexto abrange vários elementos:
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Hermenêutica
17 de fevereiro de 2017
13 de fevereiro de 2017
12 de fevereiro de 2017
R. K. HARRISON - Rituais de purificação (14:1-32)
Rituais de purificação (14:1-32)
A ocasião em que uma pessoa era curada de uma forma maligna de sára'at era de considerável relevância. Marcava sua restauração inesperada ao convívio com sua família e com a comunidade como um todo, e a trazia de volta para um relacionamento com o santuário de Deus. O proscrito agora podia retomar o fio da meada da sua existência anterior, tendo sido formalmente admitido para a congregação de Israel. A seriedade da moléstia e a maravilha da cura eram refletidas nas cerimônias da purificação, que eram minuciosas e de natureza profundamente espiritual.
1-3. O fato de que o antigo “leproso” agora era livre da sua enfermidade era anunciado ao sacerdote, que depois sairia fora do arraial para averiguar a situação ao levar a efeito seu próprio exame. Nada devia ter licença de comprometer a pureza cerimonial da congregação; logo, as primeiras etapas da cerimônia são realizadas a certa distância da comunidade propriamente dita. Uma vez que o sacerdote estava satisfeito de que a moléstia realmente fora curada, poderia então ordenar que os rituais da purificação fossem iniciados. A cerimônia durava oito dias, e envolvia elementos das quatro formas principais do sacrifício hebreu, bem como procedimentos simbólicos que relembravam a consagração dos sacerdotes e a cerimônia anual do dia da expiação.
4-7. Os rituais são marcados por muita ênfase dada à purificação, em que a respectiva pessoa não oferecia sacrifícios tendo em vista apenas o recebimento de uma declaração sacerdotal da sua pureza, mas também realmente lavava seu corpo inteiro e suas roupas como símbolo da sua existência renovada. Tendo sido obtida a aprovação do sacerdote, as cerimônias da purificação começavam com a apresentação de duas aves vivas e limpas (4), juntamente com pau de cedro, estofo de carmesim e hissopo. Estes itens eram procurados em nome do ‘leproso” por parentes ou amigos, visto que a pessoa a ser declarada limpa normalmente não
teria acesso a tais coisas.
Aqueles que traziam as ofertas eram ordenados a matar uma das aves num vaso de barro, sobre águas correntes (5) de tal maneira que seu sangue fosse conservado. A ave remanescente, juntamente com as demais matérias, haveria então de ser molhada neste sangue, e depois disto a pessoa curada devia ser espargida sete vezes antes de ser declarada limpa. Embora haja implicações do sistema sacrificial neste ritual, é importante reconhecer que a ave não deveria ser um sacrifício no sentido usual, pois nenhuma parte do seu corpo era oferecida no altar do holocausto. Ao invés disto, um tipo diferente de simbolismo é envolvido, o que indica que o ritual não pretende obter a purificação tanto quanto declarar publicamente que a pessoa anteriormente enferma agora estava ritualmente limpa.
11 de fevereiro de 2017
9 de fevereiro de 2017
8 de fevereiro de 2017
VICTOR P. HAMILTON - O Dia da Expiação: Levítico 16
Um capítulo inteiro é dedicado à descrição do Dia expiação. Levítico 23.26-32, parte de um calendário sagrado, mais uma referência a esse dia em especial, aqui chamado de “o Dia da Expiaçã” (hak) kippûrîm. Na literatura rabínica, chama-se simplesmente “o dia” ou “o grande dia” (ver o tratado Yomada Mixná). O Novo Testamento é semelhantemente conciso no título que utiliza: “Dia do Jejum”; “já passado o tempo dodia do Jejum” (At 27.9 — ARA).
Em Levítico 23.26-32, encontramos duas novas informações a respeito do Dia da Expiação que não são encontradas em Levítico 16. Uma é a expressão bastante enérgica acerca de possíveis conseqüências, caso esse dia não fosse observado de modo correto, com jejuns e renúncias: “Também toda alma que, naquele mesmo dia, fizer alguma obra, aquela alma eu destruirei do meio do seu povo” (23.30).
No código sacerdotal, é raro atribuir punições diretamente a Deus. O texto que mais se aproxima é quando o incomum “eu [...] [Deus] a extirparei do seu povo” (17.10; 20.3,5,6) substitui a forma passiva mais encontrada: “aquela pessoa será extirpada do povo” (Lv 7.20,21,25,27; 17.4,9; 18.29; 19.8; 20.17,18; 22.3; 23.29).
O segundo elemento singular é a menção, em 23.32, de que esse dia deveria ser observado “Desde o entardecer do nono dia do mês até o entardecer do dia seguinte” (NVI). E o único dia especial, incluindo o Sábado, que o Antigo Testamento descreve assim. Esse registro cronológico estabeleceu as bases do que se tornaria um padrão para o início dos dias santos no judaísmo: o entardecer do dia anterior.
A Visão dos Críticos sobre o Dia da Expiação
7 de fevereiro de 2017
5 de fevereiro de 2017
ROY B. ZUCK - A interpretação bíblica — ontem e hoje
Quando você está dirigindo um carro, precisa ficar atento a
toda a sinalização rodoviária. Algumas placas servem para advertir: “Saliência
ou Lombada” ou “Pista Irregular”. Outras mostram a direção: “Siga em Frente ou
Vire à Esquerda”, “Proibido Virar à Direita” ou ainda “Mão Única”. Já outras
placas são meramente informativas, a saber, “80 km —Velocidade Máxima
Permitida” ou “Proibido Estacionar”,
De forma semelhante, o entendimento de como pessoas e grupos
interpretavam a Bíblia antigamente pode funcionar para nós como uma espécie de
sinalização, advertindo, conduzindo e informando.
Como placa de advertência, o estudo da história da
interpretação bíblica pode ajudar-nos a enxergar os erros que outros cometeram
no passado e suas consequências, alertando-nos assim para evitarmos que se
repitam.
Como placa que indica a direção, o conhecimento de algo da
evolução da interpretação bíblica ao longo dos séculos pode ajudar-nos a
perceber a importância das interpretações corretas e o que implicam. Como placa
informativa, a história da hermenêutica ajuda-nos a entender como certas
questões de interpretação surgiram e o modo como foram abordadas no passado.
Ela nos informa como chegamos ao nível atual de compreensão da Bíblia.
Como veremos mais adiante neste capítulo, no decorrer dos
séculos os estudantes das Escrituras adotaram várias perspectivas: literal,
alegórica, tradicional, racionalista e subjetiva.
A interpretação judaica
Esdras e os escribas
Quando os judeus retomaram do exílio na Babilônia, tudo
indica que falavam aramaico, e não hebraico. Consequentemente, quando Esdras, o
escriba (Ne 8.1, 4, 13; 12.36), leu a lei (Ne 8.3), os levitas (vv. 7-9)
tiveram de traduzir do hebraico para o aramaico. Talvez seja este o sentido de
“claramente” (v. 8). O termo hebraico significa “tomar claro” ou “interpretar”,
e provavelmente o sentido aqui é “traduzir”. Além disso, os levitas “expunham o
significado” enquanto circulavam entre o povo, ou seja, explicavam,
interpretavam a lei “de maneira que entendessem o que se lia” (v. 8).
Desde Esdras até Cristo, os escribas não só ensinavam as
Escrituras, mas também as copiavam. Eles tinham grande reverência pelos textos
do Antigo Testamento, mas essa veneração logo caiu no exagero. Por exemplo, o
Rabino Akiba (507-132 d.C.), líder de uma escola para rabinos em Jaffa, na
Palestina, “afirmava que toda repetição, figura, paralelismo, sinonímia,
palavra, letra, partícula, pleonasmo e, ainda mais, a própria forma de uma
letra possuíam um significado oculto, assim como cada fibra da asa de uma mosca
ou da perna de uma formiga tem sua importância curiosa”. Akiba ensinava que “assim como o martelo que
trabalha ao fogo provoca muitas fagulhas, cada versículo das Escrituras possui
muitas explicações”. Ele asseverava que
cada monossílabo do texto bíblico tinha vários significados.
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Outros Autores
4 de fevereiro de 2017
3 de fevereiro de 2017
TREMPER LONGMAN III - Lendo Gênesis como cristão
Neste capítulo final passamos a uma leitura cristã do livro de Gênesis. Para muitos, inclusive inúmeros cristãos, a ideia de uma “leitura cristã” é absurda e deturpadora. Alegam que temos de nos resguardar para não fazermos com que ideias e desdobramentos tardios sejam impostos aos antigo texto israelita.
De fato, é preciso ouvir tais advertências porque algumas interpretações tremendamente fantasiosas têm sido apresentadas por alguns que enxergam Cristo nas entrelinhas do Antigo Testamento. Por isso, temos de ter cuidado quando falamos sobre ele no livro de Gênesis. Entretanto, conforme mencionado no capítulo dois, o próprio Jesus encoraja em seus seguidores a expectativa de ler a respeito dele no Antigo Testamento (Lc 24.22-27, 44-48).
No que apresento em seguida não estou afirmando que o autor (ou autores) de Gênesis teve consciência detalhada de como suas palavras se cumpririam na história da redenção. Já expressamos, porém, nosso entendimento de que existe um Autor últi¬mo por trás do autor humano. Não poderíamos supor quais foram as intenções do Autor se não fosse pelo Novo Testamento. Revelação posterior expõe a relevância plena dessas palavras antigas, e é a partir dessa perspectiva do Novo Testamento que lemos agora o livro de Gênesis.
Deve ficar claro para nós o que estou fazendo na secção a seguir. Estou apresentando exemplos de uma leitura cristológica de Gênesis. Não faço nenhuma tentativa de esgotar o assunto. Nem estou interessado no uso mais amplo que o Novo Testamento faz do Antigo.
Meu interesse é restrito porque creio que este elemento crucial da interpretação do Antigo Testamento está ausente em boa parte da leitura e pregação do Antigo Testamento para prejuízo da igreja. A falta de um reconhecimento da dimensão cristológica conduz a uma desvalorização da pregação baseada no Antigo Testamento. Ou, quando se prega o Antigo Testamento, a mensagem é frequentemente apenas de natureza moral. Com certeza o Antigo Testamento deve ser pregado e lido por suas lições éti¬cas, mas há nele muito mais que isso, e é para esse “mais” que Jesus está nos dirigindo em Lucas 24.
Quer aceitemos ou não Moisés como o autor de Gênesis, todos reconhecemos que foi escrito e finalmente editado bem antes da época de Jesus Cristo. No entanto, os autores do Novo Testamento entendem que sua mensagem é relevante para o evangelho de Jesus Cristo, o que fica demonstrado nas repetidas citações de Gênesis.
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